Quando Gilberto Gil decidiu colocar o nome de sua filha de Preta, com certeza não imaginava que ela teria todas as cores. Foi assim, em clima de igualdade, que a cantora brasileira Preta Gil coloriu o Summer Stage no Central Park em Manhattan. No verão do preto e branco, nada melhor que essa mistura de tons para alegrar ainda mais a vida dos brasileiros radicados nos cinco bairros da cidade.
Com repertório variado em seu "Bloco", Preta levantou o público que compareceu em massa ao evento. E em massa também vieram àqueles a se manifestar a favor dos protestos em São Paulo, de caras pintadas e flores na mão, ecoaram em alguns momentos durante o show a frase "Ôôô, o povo acordou" sendo apoiados pela cantora "Estou acordada há 39 anos" afirmou Preta.
A noite foi de celebração, com a entrega dos prêmios, escolhidos pelo público, para os melhores filmes do festival. O melhor curta-metragem foi "Nem que tudo termine como antes" de Daniel Caselli e Mariana Martinez, que em breve estará disponível na Internet e conta a história do sofrimento de um casal na hora de terminar um relacionamento na data em que eles combinaram.
Já o melhor longa-metragem ficou para "Buddies", de Marcelo Galvão, que estará nas locadoras do Brasil no próximo mês, e fala da jornada de três amigos com síndrome de down que buscam pela felicidade no melhor estilo "Thelma & Louise." O diretor veio a Nova York em busca do seu sonho de ser cineasta e pagou seus estudos com o dinheiro das aulas de Jiu-Jitsu que dava na Big Apple. E quem pensa que esse foi o ponto alto do dia, se engana. "Me senti realizado por ter jogado uma partida de futebol com o Bebeto hoje à tarde", afirmou Galvão, que participou do jogo, incluído na agenda oficial do 11th Brazilian Film Festival em Manhattan.
E, pra fechar com chave de ouro, o festival apresentou uma sessão de "Rio 2096 - Uma história de amor e fúria", de Luiz Bolognesi no qual retrata um paixão que resistiu ao tempo e existe a mais de 6 séculos no nosso país. A película ganhou na semana passada o prêmio de melhor filme em Paris durante o Annecy Animation Festival, um dos mais importantes da categoria no mundo.
O Brazilian Film Festival continua pioneiro nessa campanha árdua de levar a nossa cultura para fora do país por meio da arte. Nossa riqueza cultural é tamanha que precisaríamos dos 200 milhões de Brasileiros para apresentá-la. Filmes sintetizam essa riqueza sendo parte da nossa forma de ver o mundo, nos ajudando assim, cada dia mais, a mostrar e formar o que somos e não apenas o que se espera da gente.
Até 2014.